O que Trump e Biden pensam sobre polêmicos assuntos imigratórios?

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O esforço do presidente dos EUA, Donald Trump, para reprimir a imigração ilegal e remodelar a imigração legal esteve no centro da campanha vitoriosa do republicano em 2016 e permaneceu na vanguarda de sua agenda na Casa Branca.

O ex-vice-presidente Joe Biden, o provável adversário democrata na eleição presidencial deste ano, promete rescindir muitas das políticas postas em prática pela administração de Trump e, em vez disso, avançar sua própria plataforma se ele vencer em 3 de novembro.

Aqui está uma olhada em algumas de suas posturas de imigração.

RESTRIÇÕES DE IMIGRAÇÃO CORONAVIRUS

Trump reduziu drasticamente a imigração e viagens para os Estados Unidos durante a pandemia do coronavírus, argumentando que as medidas eram necessárias por razões de saúde e para proteger os empregos dos trabalhadores dos EUA em face do alto desemprego.

Durante a pandemia, Trump restringiu a entrada de muitos trabalhadores estrangeiros e imigrantes em busca de “green cards” para residência permanente.

Joe Bide, candidato do partido Democrata.

Biden tuitou na época que Trump estava banindo os imigrantes para desviar a atenção da resposta pandêmica de seu governo e que “os imigrantes ajudam a expandir nossa economia e criar empregos”.

Trump também implementou uma política de emergência de saúde pública que permite que os funcionários dos EUA deportem rapidamente os migrantes pegos na fronteira EUA-México, incluindo menores desacompanhados e requerentes de asilo, contornando os processos legais padrão.

Biden disse que pausará as deportações por 100 dias após assumir o cargo, mas ainda não disse se reverterá imediatamente as abrangentes restrições relacionadas à pandemia de Trump.

Quando o governo Trump anunciou planos em julho para restringir a entrada de alguns estudantes estrangeiros nos Estados Unidos, uma política que mais tarde teve que rescindir, Biden tuitou apoio aos estudantes internacionais, dizendo que eles trazem inovação para o país.

‘SONHADORES’

O Supremo Tribunal decidiu em junho contra a decisão de Trump de 2017 de encerrar o programa de Ação Adiada para Chegadas à Infância (DACA), que protege da deportação de imigrantes popularmente conhecidos como “Sonhadores”, que foram trazidos para os Estados Unidos quando crianças e permaneceram no país ilegalmente.

A decisão do tribunal superior – que considerou o encerramento do programa de Trump foi “arbitrário e caprichoso” – deixou ao governo a opção de tentar encerrá-lo novamente.

O governo Trump emitiu um memorando em julho que restringiu o DACA, bloqueando novas inscrições e permitindo apenas renovações que durassem um ano, menos do que o período atual de dois anos.

Lançado pelo então presidente Barack Obama em 2012, o DACA concede auxílio de deportação e autorizações de trabalho a cerca de 644.000 jovens adultos hispânicos, mas não oferece a eles um caminho para a cidadania.

Biden disse que iria reverter a decisão “cruel” de Trump e fortalecer as proteções para os Sonhadores.

Ele disse que tornaria os Dreamers elegíveis para auxílio federal a estudantes para a faculdade e apoiaria a legislação que fornece um caminho para a cidadania para eles como parte dos esforços para fazer isso para todos os cerca de 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente no país, incluindo aqueles que não chegou como crianças.

A administração de Trump priorizou a prisão de infratores da imigração, independentemente de seus históricos criminais ou tempo de permanência nos Estados Unidos.

PAREDE DA FRONTEIRA DOS EUA-MÉXICO

As promessas de Trump de construir um muro ao longo da fronteira sudoeste e forçar o México a pagar por ele foram a peça central de sua retórica de imigração de linha dura durante a campanha de 2016, energizando seus apoiadores e enfurecendo os democratas.

A administração completou 275 milhas (443 km) de muro de fronteira, com uma meta de 450 milhas (720 km) até o final do ano, mas quase todas essas barreiras substituíram as estruturas existentes, de acordo com funcionários da fronteira dos EUA. O México se recusou a pagar por qualquer parte da construção, deixando o governo dos Estados Unidos para pagar a conta, parcialmente com bilhões de dólares em fundos do Pentágono.

Os registros do tribunal federal mostram que a administração Trump intensificou os esforços para confiscar mais terras para a barreira.

Biden disse em agosto que não derrubaria os muros da fronteira construídos sob Trump, mas interromperia a construção.

O plano de imigração de Biden acabaria com o desvio de fundos do Pentágono para construir o muro e focar na fiscalização das fronteiras, como investimentos na melhoria da infraestrutura de triagem nos portos de entrada.

SEPARAÇÕES DE FAMÍLIA

A política de “tolerância zero” de Trump em 2018 para processar as travessias ilegais da fronteira fez com que vários milhares de crianças fossem separadas à força dos pais e tutores legais detidos na fronteira com o México.

A política, descrita pelo governo como um impedimento, gerou indignação e a reação levou Trump a assinar uma ordem executiva para acabar com a prática. Mas o governo continuou a separar centenas de crianças que viajavam com outros parentes adultos.

Biden encerraria a acusação de pais por violações menores de imigração, que ele chama de “tática de intimidação”, e tornaria uma prioridade reunir todas as crianças ainda separadas de suas famílias.

PROIBIÇÃO DE VIAJAR

Trump assinou uma ordem em janeiro de 2017 proibindo a entrada de imigrantes de sete países de maioria muçulmana, uma medida que Biden e outros críticos dizem discriminar os muçulmanos. Um tribunal federal bloqueou a proibição inicial, mas em 2018 a Suprema Corte manteve uma versão emendada que desde então foi expandida para outros países.

A versão mantida pela Suprema Corte impõe restrições aos viajantes de cinco países de maioria muçulmana – Irã, Líbia, Somália, Síria e Iêmen. A Coreia do Norte e a Venezuela também enfrentam barreiras de visto, mas essas medidas afetam relativamente poucos viajantes.

Trump colocou restrições a seis países adicionais em janeiro, incluindo Nigéria e três outras nações africanas.

Biden prometeu rescindir as proibições, chamando-as de abuso de poder “destinado principalmente a imigrantes negros e pardos”.